Mesmo que tombem nossas estátuas, serás tu, para sempre, a criança que inspira e faz do homem, poeta.
E ao final, quando todos os pergaminhos tiverem sido vitimados por minha pena, verá, o mundo, que minha obra-prima foi amar-te, anjo meu.

Wolfgang Amadeus Mozart
Soneto
Ode à Letícia
Sensível misto de inocência e de beleza.
Abrilhantado por tão erma e ingênua face,
E a perfeição com que se emprega a singeleza
Faz desta alva mescla, perquirido disfarce.
Branda doçura por detrás de austeros sonhos,
Já denunciada pelo lábio entreaberto,
Em um sorrir, no qual meus olhos eu deponho,
Enlouquecido por tê-lo, de mim, tão perto.
Vem das Madonas de um tal Sanzio, o olhar velado,
Que me deleita, jazendo sobre meu fado,
Que me delata, tal a Virgem, a carícia.
Sempre guardada por fitares celestiais,
Jamais tentada pela fera dos mortais,
É minha amada, pétala alada, Letícia.
O Guardador de Rebanhos – 24/05/07
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